quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O teu cabelo não nega

(E por que negar?)

O documentário, Good Hair (Cabelo Bom), recebeu nessa semana o prêmio de melhor documentário no Festival de Sundance. O filme de Jeff Stilson acompanha o comediante Chris Rock em uma investigação importantíssima. A filha de Chris, perguntou a ele chorando: "Pai, por que eu não tenho cabelo bom?". E o comediante se comprometeu a procurar quem enfiou isso na cabeça da sua pequena.

(A propósito, sou fã de Chris desde que ele produziu o "Everybody hates Chris" - o cara usa um sarcasmo inteligente sobre um problema tão pesado e que conhece tão bem como o racismo).

Voltando ao assunto...É impressionante que mesmo após todo movimento black nos Estados Unidos, toda valorização da cultura afro no Brasil, ainda se fale cabelo bom e ruim. Ruim por quê?

Remete até a década de 50, quando nos Estados Unidos, havia escola para brancos, e escola para negros. Até que conduziu-se um teste, provando que essa atitude só contribua para baixar (ou melhor, anular) a auto-estima das crianças. O teste pedia que algumas crianças escolhessem entre uma boneca branca e uma negra, na maioria dos casos as crianças preferiram a boneca branca, pois disseram que a boneca negra era feia. Pior, a grande maioria considerava-se parecida com a boneca branca, mesmo sendo negra e estudando em uma escola para negros.



Não sei se Obama vai resolver os problemas do mundo, sequer dos Estados Unidos, mas talvez esse ele resolva. Ele é o "Black Power" e será muito sádio para brancos e negros ver Obama's family na capa da People e de todas as revistas do mundo, com suas lindas filhas com trancinhas. Nenhum branco precisa querer fazer permanente, ou escurecer a pele, só pra contrariar Michael Jackson e ficar parecido com o Obama. Não quero que a cor negra seja a cor do poder, mas que o poder e a beleza não tenham cor. Afinal, o importante é não se negar, é ter orgulho de ser negro, branco, oriental, indiano, baixinha, altao, nariguda.

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