
April e Frank formam um casal dos anos 50, apaixonado, moderno, bonito e talentoso – ela quer ser atriz, ele escritor, mas na realidade, não têm tanto talento assim. Frustram-se com isso e justificam “desperdiçarem seus talentos” devido ao alto preço da construção de um lar após a gravidez de April.
Eles mudam-se do centro de Nova York para uma bela casa no subúrbio, aquela em que os vizinhos se dão por contentes e ele arruma um emprego mediano na Knox Business Machine. Após sete anos de casamento, estão entediados, frustrados, e não aceitam serem iguais aos vizinhos.
Ela, a heroína trágica do filme, traz o turn point, ao propor mudarem para Paris. Mais do que entediada, April está desesperada e tem coragem de abrir mão de sua vida medíocre e confortável e tentar de alguma forma (que não sabe ao certo qual) ser aquilo que esperava ser. Ele fica seduzido com a proposta de April, mas está dividido entre a aventura considerada imatura por todos, e a segurança que tem. April e Frank são quase um só – aquela metade da gente inquieta e corajosa, que quer fugir (april), e a parte que prefere não arriscar (frank).
A grande felicidade do casal não está no conforto do subúrbio, tampouco na aventura em Paris, mas no verão em que planejam a viagem com esperança de terem uma nova chance de ser aquilo que desejavam ser. Minha frase favorita é de John – o vizinho louco que fala as verdades – ao falar que Frank não tem coragem de tocar adiante um projeto porque tem medo de descobrir que não serve para nada. Confesso esse medo.
Adoro quando Di Caprio propõe à esposa procurar um terapeuta para curar sua insatisfação. Talvez ele esteja certo, a felicidade está em nós e não em um lugar. Mas talvez ela esteja certa e o melhor é seguir mesmo que às escuras seu sonho, e não pagar um psicólogo para se conformar com a vida que leva.
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