"Eu, você, nós dois
Já temos um passado, meu amor
Um violão guardado, aquela flor
E outras mumunhas mais
Eu, você, João
Girando na vitrola sem parar
E o mundo dissonante que nós dois
Tentamos inventar"
Naquele dia, na rodoviária, era para eu ter largado sua mão, batido a porta do carro e não ter olhado pra trás. Era isso que uma pessoa normal deveria fazer, mas eu não sou normal. Nem você. E ninguém deve entender a gente. Um jeito estranho que não gosta de sofrer de vez, prefere sofrer aos pouquinhos, uma dor nova a cada dia. Somos bem covardes. Temos um medo danado do repentino, do futuro e de caminhar sozinho. Eu não consegui largar tua mão, deixar de ouvir sua voz, e não me preocupar com você, deixar você virar passado. Eu nunca consegui fazer isso. A gente prefere largar as mãos aos pouquinhos, afastando dedinho por dedinho. O problema é que um dia vai ter que largar de vez, a última pontinha do dedo vai soltar. Ai, e como isso dói. Como está dificil saber que você comprou passagem para o meu passado (mesmo que tardiamente). Vou ter de me despedir. Sabe, tem uma coisa que eu cochicho para mim "Será eterno" - com todos os nossos fracassos, mas será. Nada passa e a gente vai guardar o melhor e o pior de nós. Ainda bem que não passa. Senão não valeria a pena.
Em seu futuro, não vá se perder e não me perca em sua memória. Também não deixe nada te fazer infeliz, nem eu.
O nosso passado foi bom. E o futuro também será. A gente merece.
4 comentários:
O melhor post da história do blog. Cinco pitacos. Cinco estrelas. Lindo.
Q é isso? O comentário mais rápido da história. Eu ainda tava editando
Lena,
Adorei esse post.
Você escreveu tudo o que eu queria escrever para meu ex-namorado, mas não encontrava as palavras, rsrsrsrs.
Gostei bastante do seu blog e coloquei um link no meu.
Beijo,
Adriana
mtoo singelo,
me identifiquei mto!
Até com o quadro do Klimt :)
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