terça-feira, 14 de abril de 2009

Black is beatiful



Na Folha de S. Paulo deste domingo, saiu uma matéria sobre a proposta do Ministério Público de obrigar grifes que participam do São Paulo Fashion Week a cumprir cotas raciais em seus desfiles.

Em janeiro de 2008, apenas 8 dos 344 modelos que desfilaram no evento eram negros – 2,3% do total. No Brasil, 49,7 % da população é composta por negros e pardos, segundo o último censo do IBGE (de 2007).

Talvez as cotas em desfiles de moda sejam muito bem-vindas para criarmos uma cultura de valorização da beleza negra. E o q não falta são negros e negras lindos, altos e de corpos esculturais.

Por outro lado é de se pensar... Afinal, vem a velha pergunta "E por que não cota para japoneses, judeus, e árabes, etc?". E no caso das passarelas, diferente do que ocorre nas universidades, não teria mesmo porque ter cota apenas para um etnia, se o proposito é diversificar os padrões de beleza e dar igualdade de oportunidade a modelos que não se enquadrariam no padrão buscado hoje pelos estilistas.

No caso das universidades é bem diferente, uma vez que o propósito é minimizar a desigualdade socio-economica entre negros e brancos no país, causada pela escravidão (que pode não parecer, mas é historicamente recente). Ou seja, a cota nas universidades não visa beneficiar uma etnia, mas os descendentes de escravos. E por isso que não se discute uma cota niponica.

Modelo da foto: Ednei dos Santos - ô, na minha humilde residência...

4 comentários:

Nádia disse...

gostei da sua reflexão, não tinha pensado por esse lado da diversificação da beleza...
e já pensei em argumentar a favor de cotas para gordinhos! (ou para baixinhas, hein hein?)

Francine Barbosa disse...

Discordo. Acho que o padrão de beleza dominante ("negro não vende", cremes p/ alisar o cabelo etc) também é consequencia da escravidão, e por isso é necessária a reparação desse erro. Ao longo da história os negros só apareciam nos livros escolares nos papéis de escravos, e nas novelas como empregados... daí hoje não associam negros com algo "fashion". Além disso, há o argumento de que o governo vem fazendo um esforço p/ estabelecer cotas, e o SPFW é realizado com $ público, por isso deve seguir as mesmas políticas.

Colocar as cotas raciais como cotas para "gordinhos" ou "baixinhos" é descaracterizar o problema. Um modelo precisa ser alto e magro porque é um "cabide" pra roupa. Alguém baixo e gordo não veste tão bem (assim como não dá um jogador de basquete com 1,60m!). E é claro que uma diferença entre magreza e apologia à anorexia.

bjos

P.S: tive que tomar fôlego porque a foto do moço no começo do post tirou minha concentração... minhanossasenhora! rs...

Lena Dib disse...

Crédito do modelo: Ednei Santos.

Na verdade, escrevi o post sem ter uma opinião definida. E si pá, to concordando com vc, Fran. O padrão de beleza é construido com base num padrao social, né - a cara do poder, do dinheiro.

Embora as modelos magrinhas, parecem flageladas, né?

Francine Barbosa disse...

"Embora as modelos magrinhas, parecem flageladas, né?"

hahahaha morri!