segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não percamos o romantismo

“Não percamos o romantismo” foi o comentário da Bel no último post em que eu falava sobre o casamento muito feliz da minha irmã. De fato, isso é animador. A Drica me escreveu contando que estava feliz porque o marido está contente por ter visitado um estádio de futebol em Milão na lua de mel. A paixão é dele, mas ela fica feliz ao vê-lo alegre e isso é amor puro. E se o amor existe, um dia há de chegar. Vale repetir como mantra para não amargar.

Mas sabe, Bel, está difícil não amargar. Eu supero, não sem tristeza, o fim de um amor, paixão, namoro, ou algo do gênero. Consigo manter a sensatez e principalmente a esperança no futuro. De fato, eu acredito que os bons momentos chegam a compensar os maus. E que viver um amor é algo tão sublime que vale o risco e até mesmos as dores causadas por isso. A gente chora, pode até perder a crença no amor eterno, mas ainda assim acredita que há amor, ao menos, que houve. Acredito que as tristezas têm fim e que depois de um tempo, a dor perde força e passamos a nos lembrar daquele momento sem pesar.

Mas o que me amarga não é o fim de um amor, mas a falta do amor. São os anos passando, indo a bares charmosos ou restaurantes gostosos com um par interessante e interessado, que te envaidece em elogios. Eu ali olhando para ele e pensando em silencio “seja sincero e goste de mim, por favor” e sem mesmo estar apaixonada, mas apontando mentalmente “eu seria capaz de amar esse homem” – ao enumerar qualidades do moço que eu teimo em buscar.

E assim sigo em situações repetitivas, sentando a mesa com esperança, ouvindo conversa mole, já sabendo como a história tende a terminar, com um último beijo frio após poucas semanas, ele nem parecendo notar meu bom papo, a sensação de que ele não vai mais aparecer, e sem ao menos saber se de fato quero que ele apareça trazendo consigo aquela incomoda secura, a falta das palavras que quero ouvir, e gestos pensados para agradar, mas só por pouco tempo. O que me amarga não são os fins dos amores. Esses fazem tocar na mente músicas romanticas, esboçar poesias depressivas, me fazem sentir uma leva de emoções. Mas as promessas que não acontecem, os rapazes frios que não parecem querer que aconteçam, e que por eles mesmos, nem merecem acontecer, esses parecem que aos poucos me secam e me deixam melancolica. Esses não amores é que me matam. 

3 comentários:

Bel disse...

Mi, querida, conversamos bastante sobre isto no sábado, né?
Eu te entendo sim, mas não totalmente. É que hoje estou em um momento diferente...
Entendo quando você diz que às vezes olha para alguém e pensa "eu sou capaz de amar este homem"... já disse isso diversas vezes na vida. O que mudou é que hoje não quero mais dizer "sou capaz de amar", mas sim "eu amo, meu deus, como eu amo!!". E é por
acreditar que este dia vai chegar que eu não deixo o romantismo morrer... Nada contra quem
escolhe alguém compatível para "contruir um amor", apenas acho que isso não me realizaria de fato...

Lena Dib disse...

mas a vibe é essa mesmo, bel...enche o saco ficar no "tomara q ame"

Marry disse...

Ótimo texto !! Expressou bem como me sinto ...