Ninguém é obrigado a gostar de Carnaval, mas a admiração é inevitável. Carnaval alia festa, música, e arte. O Carnavalesco é um artista que tem a missão de contar uma história de forma criativa e ampla, através da música, assim como uma ópera.
Porém, ao contrário da ópera, além da perfeição em cada detalhe, alegorias, adereços, ritmo, coreografia, faz-se necessário emocionar e empolgar a platéia. Mais do que isso, não basta que sua escola seja boa, ela tem de ser a melhor, para levar o título. Meio ponto perdido é muito para uma escola. Nota 8 que na avaliação de um crítico de ópera seria uma nota boa, mas representa quase a desclassificação de uma escola.
O espetáculo é inegavelmente rico e bonito, e a grande maioria dos artistas não recebem nada por isso. A festa é democrática, feita por pessoas simples, com artistas da periferia. Eles dedicam-se quase um ano por pura devoção a arte do samba e do Carnaval. Em qualquer quadra se vê uma devoção religiosa, mesmo em uma festa completamente pagã.
A delicadeza e precisão dos movimentos da porta-bandeira e mestre-sala são similares a de bailarinos. Ensaiam para esse momento desde criança. Cada apresentação de uma escola de samba conta com cerca de 3 mil bailarinos e ao menos 200 músicos. A Broadway não consegue tal façanha. Tampouco, que a platéia levante, cante junto e sinta seu coração sair pela boca.
Por isso que eu acho que a música está correta quando diz que quem não gosta de samba bom sujeito não é, ou é ruim da cabeça ou doente do pé.
Um comentário:
E como está a ansiedade por aí, hein? Que dia é a Leandro?
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