sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Por que ser jornalista?

As capas das revistas nas bancam me perguntam: Quando a vida começa? Lula, Alckmin ou Heloisa Helena? De quem é a culpa: Israel ou Hizbollah? Ser ou não ser vegetariana? Apoio ou não os sem-terra? Defedenria a propriedade privada se fosse a minha? É justo ou não cota racial nas universidades? Será que no fundo sou racista? Fazer ou não uma plástica no nariz?

Alguma dessas capas poderiam ter sido escritas por mim, uma estudante, quase jornalista. Mas eu não saberia responder a nenhuma dessas questões. Não sei quando a vida começa, muito menos quem tem culpa pela guerra, menos ainda em quem votar para presidente. Como leitora e como jornalista, eu quero todas as respostas, mas tenho todas as dúvidas, todos os conflitos, todas as dificuldades para entender a complexidade do mundo em que vivo.

E justamente por não ter certezas, mas sim sede de entender, aprender e achar as respostas, procurei o jornalismo como minha cura. Com o jornalismo posso conhecer os diferentes mundos, desde as razões dos sem-terra que se unem ao movimento para não morrer de cansaço após cortar cana por horas para receber dois reais por cada tonelada cortada; até os motivos do canavieiro que com o álcool que produz pode tornar o Brasil uma potência energética e que para investir precisa da segurança de não ter suas terras ocupadas ou destruídas. Quero ouvir quem venceu e quem foi vencido. Quero mostrar o outro lado para quem não quer ver (comer carne pode sim ser saudável) e dar voz a quem não tem horário gratuito em rede nacional (alguém que parou de comer carne, porque ela é cara).

Assim, busco entender o homem em suas diferentes facetas e expor as dúvidas que me afligem. Quem sabe alguém encontre a sua resposta, quem sabe alguém também passe a duvidar.

Nenhum comentário: