segunda-feira, 16 de abril de 2007

O Gran Finale

Quem disse que os finais são grandiosos, ou triunfais? Os finais são cruéis, frios, solitários, tristes e pequenos. Transformam tudo em nada em poucas palavras, poucas lágrimas, poucos olhares, um ato. Nos tornam tão pequenos, malvados, vazios, rancorosos, sujos, descartáveis, tolos.
Mas tudo que começa tem um fim. Todo mal se corta pela raiz. E há de se ter coragem para cortá-lo, ou as pragas voltam e quando se percebe já apodreceu tudo em volta. Não se acredita em mais nada. Não sente raiva ou amor, só um gosto amargo. Porque o amargo que luta pra descer na garganta está no fim da xícara de café, que já foi quente e gostoso, e no fim de uma história, que prometia ser parecida com as comédias românticas, em que a moça atrapalhada casa com um bonitão.
Só os livros e filmes tem Gran Finales. Ninguém vive feliz para sempre, mas ninguém morre de amor. Sai do carro, bate a porta, enxuga as lágrimas e se perde na estação. Amarga, amarga, e fim!

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