Arriaga caça até hoje. Ele já foi vítima de violência, foi espancado por um desconhecido com um taco de beisebol e viu muitos outros casos com seus vizinhos e conhecidos. Ele também vive a violência ao caçar, fica próximo da morte, e tem a vida de um ser em seu domínio. A caça envolve poder, sangue e proximidade com a morte. Sem dúvida, um hobbie condenável, até mesmo para uma hipocrita carnivora como eu, que prefiro pensar que existem pés de sanduíches de mortadela.
Ele sabe que todos os condenam, mas arrumou uma "explicação". Contou na mesa "Violência", durante a Flip 2007, que uma tribo indígena acredita que o homem possui duas almas, a alma leve e a alma pesada. Quando sonhamos, é a alma leve que saiu por aí e depois voltou. E a morte acontece quando a alma pesada saí de nosso corpo. Antes de morrermos, a alma leve tem de ensinar a alma pesada a sair do corpo. E a leva até uma árvore e depois até a uma mulher menstruada, porque ela significa a vida que poderia ter sido e não foi, a beira entre a vida e a morte.
Arriaga conclui que o escritor é justamente a alma leve. Conhece a beira da morte e retorna para contar como é. O autor mexicano tem o sangue nas mãos e nos olhos quando vai a caça, e talvez essa convivência com a beira da morte o faça ser um dos mais brilhantes escritores sobre Violência, seja em seus filmes ou em seus livros, como "O doce aroma de morte" que leu trechos no evento. Talvez só quem conviva com a morte tão cotidianamente pudesse escrever sobre ela.
Obs: O roteirista não atendeu aos pedidos e não contou o que a japonesa escreveu no bilhete para o policial.
4 comentários:
Poxa, mas por que você não põe o trecho evidenciado no:
http://www.answers.com/topic/babel-film-1
?
Está tudo lá. É verdade!!
Valeu pela visita e comentário!!!Me identifiquei muito com o titulo do seu blog e do que li por aqui. Futuramente vou engordar a sua microaudiencia com meus coméntarios! Uma curiosidade: Como vc chegou ao meu blog?
Glauco, seja bem-vindo a minha mini-audiência. Sou uma blogolotra. Fuço em tudo. Pulando pelas recomendações de blog em blog e nem sei mais como cheguei até o seu.
Como diria o Tigão: "desculpinha hein?"
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