segunda-feira, 16 de julho de 2007

Reencontro

Enquanto esperava você chegar, pensava com o fundo do copo: Eu gosto tanto dele. Tenho certeza que você nem sabe. É que te conheci num momento dificil, que eu precisava tanto de alguém pra me ouvir. E você ouvia tão bem. Lembro que esquecia do tempo nos sábados a tarde. Esquecia da fome e ficava ansiosa pra gente conversar de novo. Gostei de cara de ti. Amizade à primeira vista. Você era tão gentil que eu poderia ser imperfeita e você não contaria a ninguém. Acho que não quero mais contar minhas imperfeições para você também. Por que você é tão perfeito em tudo?


Você foi até Nova York, o centro do mundo. Eu fui só até o Rio e me dei por contente. Não que eu quisesse ir para Nova Iork, pra dizer a verdade, nunca quis. Pelos postais tenho certeza que o Rio é mais bonito. E aqui não neva, o que torna tudo mais divertido. Mas era nítido que eu era uma caipira perto de você. Tão sem história. Minha vontade é que não perguntasse nada sobre mim. Mas é um garoto gentil, se mostra interessado, faz piadas, abre sorriso ao me ver. E sou
péssima para inventar ou incrementar minhas próprias histórias. Nada de tão bom ou ruim tinha acontecido em 2 anos. 2 anos e tão poucas histórias.


Bem, algo tinha mudado. Nós dois tivemos corações partidos. Você não me contou muito bem, talvez nem tivesse mais tão partido. Não consegui entender como. Suspeitei que disfarçava, que chorava sozinho, mas parecia à vontade com o que contava, como se não estivesse mentindo. Eu estava com os caquinhos recolhidos e essa era a minha chata história sobre como meu coração partiu e como consegui recolher meus cacos. Sei que é chato, mas é uma história de vitória pra mim. Você tinha muitas outras. Muitas meninas e mulheres que vivem atrás de ti. Até telefonema de Roma recebeu. "Pra você que é mulher então, deve estar bem mais fácil". Menti. "Claro. Sou menina, jovem, solteira, nem preciso me preocupar com isso". Não, não está nada fácil. Não é fácil se interessar por alguém. E é ainda mais difícil tornar-se interessante.


Me responde, como consegue ser tão amado? Eu sempre quis ser assim, sabe? Disputadíssima. Achava que era só eu ser bonita que seria. Com o tempo, preferi acreditar que não, que eu podia ser uma garota simpática, um pouco inteligente que alguém ia gostar de mim. Até gostaram, viu. Mas não me acho mais nem simpática, muito menos inteligente, e o pior, cheia de defeitos e com alguma tristeza nos olhos.


Você é sempre tão feliz. Sozinho ou acompanhado. Como consegue? Será que eu vou ser assim um dia? Será que a gente se encontra novamente? Acho que não, mas gostei de te ver feliz.

3 comentários:

Bel disse...

Que linda!!!

Glaucovsky disse...

É como diz um post seu lá em baixo: A dor é inevitável. Sofrer é opção!

Francine Barbosa disse...

Comprei o DVD do "Bebê de Rosemary" por R$12 e já fiquei me achando um ET, imagine um CD!!!!