segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O mérito do filme


Ao assistir um filme a gente se identifica com o narrador ou com o herói. No caso do aclamado Tropa de Elite - apesar de acabar torcendo por Neto e Matias, os heróis do filme – pessoas como eu só deveriam conseguir se identificar com a turma da universidade, afinal eu só vi fuzil no cinema mesmo.

Os coadjuvantes do filme: Maria (Fernanda Machado), Roberta (Fernanda Freitas), Edu e Rodrigues têm muita coisa em comum comigo e com pessoas do meu convívio. São bonitos, jovens, fazem faculdade, tem alguma consciência social, trabalham em ong na favela, lêem Foucalt e por isso, acreditam conhecer a verdade do mundo. Entre uma aula e outra eles dançam, namoram, ajudam crianças pobres, fazem passeata pela paz, e puxam um baseado.

Eles são apenas coadjuvantes, mas são mostrados como a causa de uma cadeia de acontecimentos no filme, e claro, na vida da gente. Ouvi pelo menos três vezes personagens sendo categóricos: “Quantas crianças a gente vai ter que perder para o trafico, só pra playboy poder curtir um baseado?” ou ainda “Pra mim quem fecha com bandido é bandido também”. Tapa na cara de quem está sentado na poltrona para parar de achar normal puxar um, vez ou outra.

O uso moderado realmente não parece danificar ninguém. Acontece que ninguém plantou a sua folhinha na jardineira de casa, ela veio de algum lugar – e o filme mostra que esse lugar é bem parecido com o inferno. E muitas vezes a mão que ajuda a comunidade e pede paz, é a mão que financia a manutenção desse inferno.

8 comentários:

Anônimo disse...

Tô louco pra ver o filme. Direção de José Padilha e interpretação de Wagner Moura não é todo dia que a gente encontra. Deve ser ótimo.

Anônimo disse...

Essa questão de puxar 1x, 2, 3...realmente faz pensar!

Anônimo disse...

Totalmente de acordo! Pena que vai demorar pra eu ver o filme.

Francine Barbosa disse...

Flor, não esqueci que tenho um blog não, tô sem tempo mesmo.

bjosbjos

Francisco disse...

em alguns paises, é permitido ter uns 2 vasinhos com essas plantas, para uso proprio.

Unknown disse...

Gostei da sua avaliação sobre o filme. Achei-o muito bom.

E acho que, de tanto pensar que no Brasil a droga deveria ser legalizada, as pessoas esquecem que ela não é, e que seu uso provoca sim reações em ambientes externos à da salinha esfumaçada.

Ah, em conversas com a minha mãe, fiquei sabendo que uma delegada do Rio disse que há estatísticas demonstrando que a maior parte do tráfico que desce do morro destina-se ao "consumo de final-de-semana".
Acho que deveriam existir mais pesquisas a respeito desse tema.

Anônimo disse...

Minha maior decepção cinematográfica em muitos anos. Mas depois prometo que dou meus pitacos sobre o filme no blog.

Anônimo disse...

necessario verificar:)