segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mulheres perfeitas

Tenho uma amiga linda, corpo de bailarina, toda bem cuidada, inteligentíssima, querida e bem sucedida. Dias desses, ela me conta que irá aproveitar as férias e alguma economia para fazer uma cirurgia plástica no nariz – que para mim, parece perfeito. Ela tenta me mostrar que não é, que tem uma curva acentuada, diz que sempre quis consertar isso e que sua irmã – a encarnação da Barbie - também fez uma cirurgia e ficou ainda mais deslumbrante.

Na hora fui contra e tentei encontrar outras pessoas para me ajudar a persuadi-la de que ela não precisa gastar um centavo nessa cirurgia. Argumentei que a vaidade é importante para que a gente se cuide, tenha uma alimentação regrada, se exercite, tenha cabelos e pele hidratados, mas plástica não é um cuidado, mas um reparo rápido e certeiro.

Depois, lembrei de meia dúzia de conhecidas com menos de 30 anos que já apelaram para o bisturi. As cirugias hoje estão mais seguras, práticas e baratas, quase tanto quanto trocar a cor do cabelo. Ora, nunca fui contra alguém tinge o cabelo (e isso também não é se cuidar), então porque seria contra a plástica? Daí achei que pudesse ser um pouco de dor de cotovelo minha, já que meu nariz é o triplo do dela e a plástica está longe de meus planos.

Não sei sou contra a plástica em jovens, mas o que me incomoda muito é essa busca pela perfeição. Todo mundo vem ao mundo com pé torto, ou nariz grande, ou peito pequeno, e é isso que faz a gente ser único e reconhecível sem precisar de biometria. Mas parece que todo mundo está comprando a mesma cara e corpo de uma prateleira. Basta ir a uma dessas baladas da moda, para ver que encontrar diferenças entre as garotas da fila parece tão dificil quanto um jogo de 7 erros. (Eu acho isso de uma chatice absurda, daquelas que dá preguiça do mundo).

Mas pior que essa uniformização de gente, que me faz lembrar o filme Mulheres Perfeitas, é o Dr. Hollywood e seus colegas terem criado uma geração de frustrados, por sempre buscar essa perfeição que nunca vem.

E por que a gente quer ser perfeito? A única resposta que me vem é à mente é para sermos mais amados – seja pelo namorado(a), grupo de amigos, ou por nós mesmo na frente do espelho. Uma pena a gente precisar desses artificios para sermos amados, não? E será que esses artificios funcionam? Temo que não e isso só nos torne ainda mais frustrados.

4 comentários:

Fábio disse...

Também acho isso de uma chatice absurda, daquelas que dão preguiça do mundo. Até porque, como a perfeição não existe, o resultado inevitável é mais e mais frustração, né?

Jéssica Santos disse...

é o a cultura da perfeição leva as pessoas a cada coisa . Meu anjo entra no meu blog que te passei um desafio, o endereço é http://jehcomenta.blogspot.com/2009/05/meme-lista-de-desejos.html
bjocas

Joatan disse...

Tudo é uma questão de percepção do celebro, coisas de sef e gestalt.
Existem casos de gurias lindas que são depressivas por conta de um auto imagem.
Li um livro a tempos atras chamado o erro de descartes, Paulo damasio. que trata um pouco disto. mas lógico que a cultura da perfeição ajuda com isso.
beijos

Francine Barbosa disse...

Daqui a um tempo o peito vai cair, a bunda vai ficar flácida, a pele com rugas... Se não aceita um simples nariz, é bom começar a pensar como vai encarar o inevitável envelhecimento.

Fica a dica.