domingo, 12 de julho de 2009

Gay Talese na Flip

Qualquer jornalista quer ser Gay Talese quando crescer. Jornalista/escritor suas reportagens se perpetuam em livros, e confundem-se com literatura, só que nada é ficcional. Consagrado por livros como "Fama e anonimato", coletânia de perfis de personalidades e desconhecidos de Nova Iorque, e "A mulher do próximo", um retrato íntimo sobre a revolução sexual nos Estados Unidos, Talese é o pai do jornalismo literário, aquele que todos sonham em fazer.

Entitula-se um rebelde do jornalismo. Começou a carreira como repórter de Esportes do NYT e ao cobrir uma luta de boxe, em vez de retratar a luta em si, contou a história da mãe do pugilista que chorava a cada golpe que seu filho levava. Um misto de sensibilidade, olhar apurado, e curiosidade aguçada.

Muitas de suas matérias não foram publicadas. Não havia espaço para isso em um veículo de hard news. E por isso, Talese defende um jeito de fazer jornalismo que ouça e conte as histórias das pessoas comuns, em vez de reproduzir pronunciamentos públicos. Em vez de correspondentes em Washignton, ele prefere ouvir estão como as decisões do governo estão afetando a vida das pessoas ao redor.

Ele tomou paixão pelo ofício de jornalista quando passava as tardes no atelier de seu pai, um alfaiate de New Jersey, e gostava de conhecer as histórias dos clientes. Assim, teve curiosidade e apetite de conhecer mais e mais histórias, e escrever não ficção como ficção.

Para contar essas histórias, ele faz muito mais que entrevistas. Ele mergulha e se envolve na história. Ao escrever "A mulher do próximo" gerenciou um protíbulo para entender toda a lógica daquele mundo tão diferente de perto. Um jornalismo necessário, mas de alto preço.

Agora, escreve um livro sobre seu único casamento de mais de 50 anos. Aos 77 anos, aquele senhor elegante de chapéu, que eu vi na praça de braço dado com a esposa, está com um apetite incrivel para desafios e isso dá um ânimo para quem o ouve.

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