domingo, 12 de julho de 2009

Um outro Chico



Sobre a mesa “Sequências brasileiras” ou a mesa do Chico na Flip 2009

O poeta é um fingidor, mesmo.
Ao ser perguntado sobre as semelhanças entre Budapeste e Leite Derramado, seus dois últimos livros, Chico diz que em ambos fala sobre coisas completamente desconhecidas a ele. Nunca foi a Budapeste, e nunca viveu em 1930 como o personagem de Leite Derramado. E o que eu admiro é que ele ainda narra tudo em primeira pessoa, com a naturalidade de outrar-se impressionante, não?

Chico é fofo! Apesar de todos os flashes, fãs, jornalistas e alvoroço que o esperavam, ele se comportava com naturalidade na mesa. Apresentou mais bom-humor do que sua usual timidez. Teve ótimas tiradas, como “Imaginação não existe. Estava tudo no Google. No meu e no seu" (referindo-se ao livro “Órfãos do Eldorado” de Milton Hatoum, escritor que dividia a discussão com ele). Mas a melhor foi quando o mediador disse que Chico daria poucos autógrafos. E ele “quem disse?” Euforia geral.

Chico disse que acha escrever muito chato. Fica anos sem escrever nada, porque fica um tanto cansado e enjoado do ofício da literatura. E que escreve pelo prazer de ler. Alguns escritores na Flip disseram não se importar tanto com o leitor, que escrevem para si, o que acho muito esnobe.

Esnobou seu próprio livro, que é fininho e com tanto espaçamento e repetições que poderia ter 20 páginas apenas. Elogiou o de Hatoum de forma bem humorada. E ainda deu voz aos manifestantes da região – que discutiam a questão fundiária. E que voz. Euforia novamente.

PS: Órfãos do Eldorado parece ser um ótimo livro visto o emocionante trecho lido pelo autor durante a mesa de debate.

Um comentário:

pululante disse...

ai,ai... (suspirinho adolescente apaixonado)