sábado, 2 de dezembro de 2006

Minha religião

A poesia é uma religião, seja em prosa, verso, imagem ou canto.

No inicio era o verbo... e o verbo era Deus...
e o verbo estava com Deus,
e já não eram sós , ambos conjugavam-se entre si,
discutiam quem seria a primeira e a segunda pessoa,
quem era verbo... quem era Deus,
a ação e a interpretação... quem era a parte e quem era o todo.
Deus (o pai, o filho e o espírito santo),
era também o verbo (regular e irregular)
e todos questionavam-se sobre quem seria o sujeito
e quem seria o predicado,
quem se conjugaria no pretérito e quem renunciaria
a forma "mais que perfeita"!

Deus era o verbo e o verbo era Deus,
conjugavam-se de maneira irregular... explicitando suas diferenças,
reconhecendo os fragmentos e os complementos
buscavam a medida certa
E assim... reconheceram-se uno...
Eu deus, tu deus, ele deus, nós deus, vós deus... eles deus
Somos dotados deste curioso poder,
mudamos nosso significado, nosso signo,
nosso comportamento e nossos conceitos
(que por sua vez chegam ate nós depois de se modificarem
muitas e outras vezes!)
temos uma ferramenta e tanto nas mãos, e nos pés...
Temos acorrentados nossos motivos de sobra pra relaxarmos
e acomodarmos com a vida que levamos agora...

(Fernando Anitelli)

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei esse cantinho em obras. Já te linquei nos meus pitacos. ;)