domingo, 31 de agosto de 2008

É doce morrer no mar

A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza prá mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi prá mim
(É doce morrer no mar – Dorival Caymmi)

Romeu e Julieta não agüentaram a viuvez e se mataram ao ver que viveriam sem seu amor. Mas ninguém soube (nem eles) se eles agüentariam o casamento e todos os seus pequenos e grandes problemas.

Mais comovente do que o jovem casal de Shakespeare foi o casal Caymmi. Depois de 68 anos juntos, tiveram a cumplicidade até na hora de morrer. Ao ver Stella em estado grave, Dorival não agüentou e morreu. Ela acompanhou o amor 11 dias depois.

Deve ser mesmo uma tortura viver sem alguém que está na sua casa, na sua pele, nos seus hábitos.

5 comentários:

Risas Rodriguez disse...

ooo nêga,

e só agora eu venho aqui conhecer teus escritos. Gosto das pessoas que conseguem ter consistência na hora de manter esses blogs etc. Não é meu caso.
Mas volta e meia dá vontade de compartilhar, sabe? Igual quando copramos livros em sebo e eles vem cheio de escritos de um alguém qualquer que nunca saberemos quem?

Pois bem, essa cumplicidade do casal Caymmi é realmente maravilhosa. Afinal, diferente do que pensa a maioria, o grande amor reside aí, no respeito e na cumplicidade; no querer bem, e não para si.

Besos

Anônimo disse...

"As pessoas não morrem, ficam encantadas", dizia Guimarães Rosa. Em vida, o casal Caymmi já tinha esse encanto natural... Baita inspiração para todos nós, né?

Bela lembrança, delícia de post. Salve, Caymmi!

Anônimo disse...

Ah, tem post novo nos pitacos!

:-D

Francine Barbosa disse...

Eu fiquei triste quando li a notícia da morte dela.
Vc lembra quando o filósofo André Gorz se suicidou junto com a esposa, porque ela tinha uma doença degenerativa? Essa história p/ mim é a mais incrível.

bjo flor!

Anônimo disse...

"Deve ser mesmo uma tortura viver sem alguém que está na sua casa, na sua pele, nos seus hábitos."

... mesmo quando a relação não durou tanto tempo assim...
... mesmo quando foi uma amizade.